Notícia - Remédio pediátrico contra HIV poderá ser vendido sem patente em 118 países

Remédio pediátrico contra HIV poderá ser vendido sem patente em 118 países

As crianças portadoras do vírus HIV em 118 países de baixa renda e recursos poderão contar com a possibilidade de obter um dos remédios pediátricos mais importantes do tratamento anti-retroviral que até agora era vendido sob patente, e que será fabricado a baixo custo por companhias de produção de genéricos.

A fundação privada suíça Medicines Patent Pool anunciou nesta quarta-feira (27) em Genebra que assinou um acordo com a ViiV Healthcare, empresa subsidiária que criou as farmacêuticas GlaxoSmithKline, Pfizer e Shionogi, para produzir remédios para lutar contra o HIV.

A Medicines Patent Pool (MPP) se dedica a conseguir acordos que eliminem as patentes de remédios essenciais para a luta contra o HIV, com as quais não contam os países em desenvolvimento e é financiada pela organização UNITAID, cujos fundos provêm de cerca de 30 países e que por sua vez se dedicam a lutar e financiar programas contra a malária, a Aids e a tuberculose.

Aproximadamente 3,4 milhões de crianças no mundo são portadoras do vírus HIV, porém só 562.000 delas têm acesso ao tratamento, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Isso se deve não só porque os países não podem financiar o tratamento, mas também por haver poucos remédios pediátricos, "pois a incidência do HIV em crianças nos países desenvolvidos foi reduzida a níveis ínfimos, e as farmacêuticas não têm interesse econômico em desenvolvê-los e produzí-los", explicou Chan Park, conselheiro legal da MPP.

Um dos poucos remédios que existem contra o vírus, e que é considerado essencial pela OMS, é o Abacavir, produzido pela ViiV, e que graças ao acordo poderá ser vendido sem patentes, e portanto muito mais barato, em 118 países do mundo, onde vivem 98,7% das crianças afetadas pela doença.

Estes remédios serão criados por companhias de produção de genéricos, logo que forem autorizadas pela OMS.

A ViiV cede o remédio sem custos e, além disso, não cobrará royalties por isso, "acho que é parte de sua política de responsabilidade corporativa, mas também é um fato que não há interesse financeiro nesses mercados, e preferem repassá-los a terceiros", explicou Greg Perry, diretor-executivo da MPP.

Todas as empresas de genéricos que desejarem poderão aderir ao acordo e produzir o Abacavir. "A concorrência é saudável, e quanto mais (medicamentos) forem produzidos, mais o preço cairá", acrescentou Perry.

Fonte: UOL Saúde

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