Notícia - 15/10/2009 - Casos de Aids chegam a quase 4% no Norte do Brasil

15/10/2009 - Casos de Aids chegam a quase 4% no Norte do Brasil

Houve um aumento do índice dos portadores do vírus da Aids na região Norte. Se antes eram 6,8, hoje, são 14 casos para cada 100 mil habitantes. De acordo com o novo Boletim Epidemiológico Aids/DST, do Ministério da Saúde, o número total de casos da doença na região é de 18.155, o que corresponde a quase 4% do total de casos nacionais. Apesar do número ser relativamente pequeno em relação as outras regiões do País é preciso ficar atento. Só no Pará foram registrados no primeiro semestre do ano passado 106 novos casos.

O boletim aponta que de 1980 a junho de 2008 foram registrados mais de 500 mil casos de Aids no Brasil e que durante esses anos mais de 200 mil pessoas morreram em decorrência da doença. A epidemia no país hoje é considerada estável. Mas a estimativa é de que existam 630 mil pessoas infectadas. O gasto anual do governo com internações por Aids no Brasil no período de 2001 a novembro de 2007 foi de cerca de R$ 23 milhões. Foi destinado ao Pará cerca de R$ 829 mil o que corresponde a 47,56% do total gasto na região Norte.

A epidemia de Aids, nos últimos anos, apresenta mudanças no perfil epidemiológico, tanto em âmbito mundial como nacional. No Brasil, o vírus é contraído cada vez mais por mulheres, pessoas de baixa renda, heterossexuais e habitantes de região interiorana. O Boletim Epidemiológico Aids/DST revela que a diferença que havia entre número de contaminados homens para mulheres vem diminuindo no Brasil. No Pará, esta relação até junho de 2008 é de 1,58 homens para cada mulher.

O boletim deixa evidente o aumento de casos entre as mulheres. Esta consequência direta da participação feminina é o progressivo aumento do número de casos entre as crianças, através da transmissão vertical.

No Estado, essa mudança já pode ser percebida. Entre 1995 e 2007, o Pará notificou 589 casos o que corresponde a quase metade do total registrado na região Norte, que é responsável por 3,71% do total de casos no Brasil. Observa-se que no período de 1996 a 2006, a taxa de incidência no Pará passou por um aumento de 228 para 409 casos de Aids notificados entre gestantes.

O aumento do número de casos em todo Brasil é mais evidente em duas faixas etárias: 13 a 24 anos e acima dos 50 anos. O aumento expressivo da contaminação das pessoas com mais de 50 anos surpreendeu. Segundo dados apresentados pelo Ministério da Saúde, apenas 28% das mulheres com mais de 50 anos adotam a prevenção. Como consequência, os casos de contaminação mais que triplicaram, nesta faixa etária, nos últimos dez anos. Em 1996, havia 3,7 casos para 100 mil habitantes, enquanto em 2009, o índice já é de 11,6 para cada 100 mil habitantes.

A médica Helena Brigido atribui o alto índice de contaminação nesta faixa etária à ausência de camisinha na atividade sexual destas pessoas, pois não foram preparadas para isso.
O jovem já começa a vida sexual usando o preservativo, já a população mais velha sofre dificuldade e inserir o preservativo na sua vida sexual. Segundo ela, essa mudança de perfil epidemiológico já vem acontecendo há muitos anos e vai continuar ocorrendo ao longo do tempo.

Atrasos no atendimento

A espera por uma consulta com pneumologista pela rede municipal de Saúde de Ananindeua ultrapassa cinco meses, de acordo com a dona de casa Lourdes Silva. Desde o início de dezembro de 2008, seu marido, 64 anos, e seu pai, de 83, esperam, sem êxito, atendimento com um médico especializado. Ambos passam mal, com falta de ar, enquanto aguardam os tratamentos.

O caso do pai de Lourdes, Raimundo Lima, parece ser mais grave devido à sua idade. Ele sofre de enfisema pulmonar, o que o obriga a fazer exames pulmonares a cada três meses. O último foi feito em dezembro do ano passado, no Posto Saúde da Família, na Cidade Nova 8, sem atrasos. A demora, agora, é para que o especialista da área o avalie. Já fizemos consulta com clínico-geral, o exame de sopro já foi feito no Hospital Barros Barreto.

A gente ainda não conseguiu mostrar o resultado para o pneumologista, conta Lourdes. Enquanto espera, Raimundo Lima continua tomando um medicamento que custa cerca de R$ 300 - repetindo a mesma receita, já envelhecida -, enquanto tem dificuldades nas tarefas diárias mais simples, por conta da falta de ar crônica.

A complicação pulmonar do aposentado Antônio Pessoa, marido da dona de casa, é mais recente. Foi descoberto durante uma consulta com o cardiologista, para tratamento de uma doença cardíaca, em janeiro deste ano. A preocupação de Lourdes, contudo, não é menor. O cardiologista disse que o pulmão dele está comprometido, pois retém líquido. Meu marido está tossindo e com dores nas costas e no peito, enquanto que a gente não arranja a consulta. Acontece cada coisa absurda nessa Secretaria de Saúde., desabafa.

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